terça-feira, 23 de junho de 2015

RELEITURA DOS FILMES "GREASE" E "NOS EMBALOS DE SÁBADO A NOITE" - A SOCIEDADE DO ANOS 70

 “Os Embalos de Sábado à Noite”: Retrata a história de Tony Manero, jovem do Brooklyn, que trabalha diariamente numa loja de tintas. Mas ele não quer aquela vida. Seu grande sonho é se tornar dançarino. Assim, todos os sábados à noite, ele frequenta uma agitada discoteca onde faz contagiantes apresentações.
 Filmado em 1977 e dirigido por John Badham, levou mais de 6 milhões de pessoas aos cinemas no Brasil e fez com que Jonh Travolta se consagrasse como um grande ator e dançarino no cinema mundial.


“Grease – Nos Tempos da Brilhantina”: Retrata as amizades, os romances e as aventuras de um grupo de estudantes americanos da década de 1950. Adaptação para as telas de um grande sucesso nos palcos da Broadway, o filme elevou John Travolta à condição de estrela e marcou a estréia da cantora Olivia Newton-John no cinema.

Filmado em 1978 e dirigido por Randal Kleiser, a história principal centra em um casal de estudantes que trocam juras de amor, mas se separam nas férias de verão, pois ela voltará para a Austrália. Entretanto, os planos mudam e Sandy por acaso se matricula na escola de Danny. Para fazer gênero, ele, infantilmente, lhe dá uma esnobada, mas os dois continuam apaixonados, apesar do relacionamento ter ficado em crise. Esta trama serve como pano de fundo para retratar o comportamento dos jovens da época. 

Na sociedade dos anos 70,forças econômicas criaram um sentido primordial de desencanto e futilidade na esfera pública da América. Além disso, os acontecimentos políticos também contribuíram para a reação subseqüente da América cultural, fazendo a sociedade se voltar mais às preocupações pessoais, individuais. A proeminência dos movimentos de justiça social, característicos dos anos 1960, se dissipou ao longo dos anos 1970, tornando os americanos mais preocupados consigo mesmos do que com o bem maior, ou seja, o indivíduo em contraponto à sociedade.

Classes diferentes, antes de tudo, possuem modos e estilos de vida distintos, mas em decorrência dessa sociedade consumista, quando elas começam a desejar as mesmas coisas, tribos com valores semelhantes se criam dando origem ao individualismo. Isto porque as pessoas se preocupam com seu status pessoal e não mais com a comunidade em geral, consumindo bens de alto e pequeno valor. Apesar desse individualismo de consumo de certas coisas, ainda tem-se uma classe alta ou “alta” cultura de consumo, que são as pessoas com maior poder aquisitivo e que têm interesses diferenciados ao de uma “baixa” cultura; como exemplo: enquanto os de alto poder são mais intelectuais e procuram a diversão e o lazer em museus, a baixa tem uma diversão menos qualificada em relação ao intelectualismo. Com todos esses grupos se manifestando, o mercado tem sempre um lucro maior, pois o consumismo é exagerado, tanto pelos burgueses quanto pela nova pequena burguesia, gerando estilos de vida que fazem a cultura pós-moderna se expandir.

Filmes que se tornaram identificadores de uma época, como “Sem Destino” (Easy Rider - 1969), de Denis Hopper, demonstram como o cinema adotava a juventude não apenas como tema, mas a considerava também como um público novo e que precisava ser conquistado. Era, ao mesmo tempo, protagonista da história e consumidor de seu produto. A indústria cinematográfica sempre seguiu não apenas as modas e os sintomas culturais do momento, como se aproveitou delas de forma eficiente e criativa. Não foi de outro modo com os filmes dedicados à mania das danças, como o sucesso “Grease – Nos Tempos da Brilhantina”.

O filme “Grease”, que apesar de ter sido filmado depois de “Os Embalos de Sábado à Noite”, nos mostra acontecimentos que vieram antes. Quando analisamos suas cenas, vemos jovens que vivem um momento de liberdade que sucede o conforto pós-guerra que a sociedade norte-americana vinha passando. Os jovens tentam achar uma maneira de acabar com a repressão em seus comportamentos. Os rapazes estão chegando à sua maioridade e, assim, começam a comprar carros dos últimos modelos, motos e as mulheres já não querem ser apenas as donas de casa que estavam sempre à disposição de seus maridos. Uma cena do filme que mostra claramente um momento de união entre o homem e a mulher na sociedade para acabar com as regras impostas na nela é a cena de racha de carros.

Mais do que a historinha do casal de verão que, por acaso se reencontra no colégio, o que de fato move “Grease” é a busca por um retrato da juventude dos anos 50. Se este período histórico representa o momento em que o american way of life se estabelece como o modelo padrão que impulsiona o capitalismo, o filme sintetiza a consolidação da sociedade de consumo numa cena em que um carro comum se transforma em uma super máquina, um estilo de vida. Muito mais que as lanchonetes, os drive-ins e os parques de diversões tornam-se o desejo de consumo que forma a base do american dream. Se a trama central gira em torno da liberação sexual da mocinha, esta só ocorre quando a mesma se confronta com a alegria que a transgressão provoca em seus amigos. 

Já, no filme “Os Embalos de Sábado à Noite”, Tony Manero (John Travolta), um jovem do Brooklyn e um excelente dançarino de disco music, só encontra significado na vida quando dança, pois passa a semana trabalhando em uma loja de tintas, algo que não o gratifica de forma nenhuma. Assim, ele se perfuma, se veste de um jeito fashion e vai para a discoteca no final de semana. Sob a influência de seu irmão, um padre frustrado, e de Stephanie (Karen Lynn Gorney), sua parceira de dança, começa a questionar a maneira como encara a vida e a limitação de suas perspectivas. Paralelamente, Tony vive uma crise amorosa, enquanto se prepara para participar de um concurso em uma discoteca.

O filme, e precisamente John Travolta, fez escola fora do cinema. Todos os jovens queriam dançar conforme Tony e se vestir conforme Tony, o carismático personagem de Travolta neste filme, que achou na dança uma identidade para sair da rotina que não lhe dava um prazer pessoal. Sua performance, vestindo um terno branco e apontando o dedo para o céu, fez dele um ícone popular da cultura americana no final de 1970. Assim, John Travolta preencheu a vaga do cinema deixada por Fred Astaire e Gene Kelly. Tony personifica a luta americana para sobreviver, sentimento difundido durante o período de dificuldades que o país enfrentava.

A trilha sonora do filme complementa o espírito enérgico de Tony, que, ao dançar, afasta de seus pensamentos a dura realidade em que vive no Brooklin. E, assim, o filme é responsável pela popularização da era disco, da vida noturna e da subcultura ilustrada no personagem em sua jornada pela auto-realização. Apesar de Tony eventualmente perceber suas limitações, suas deficiências pessoais, essa caracterização representa com autenticidade um herói urbano.
Milhões de americanos se reuniram para ver o filme porque era mais como ir a um concerto do que assistir a um filme sobre as realidades da vida no Brooklyn. Por isso, o filme reflete uma mudança de tendência no cinema no final dos anos 1970.

O filme tem como trilha sonora principal a batida pulsante da clássica canção “Staying Alive”, dos Bee Gee’s. Sua letra é como um hino para o personagem principal retratado, Tony, que tem uma personalidade que oscila entre acessos de raiva e fúria com a vulnerabilidade sensível e a ambição. Além disso, Tony exibe uma personalidade “boca suja”, racista e sexista em alguns casos, mas, ao mesmo tempo, bem-humorado e charmoso em outras ocasiões.

A busca pela auto-realização, por uma identidade própria de cada indivíduo e pelo culto à imagem ganham impulso na sociedade norte-americana de 1970. O impacto dessas caracterizações será percebido, em especial, a partir da manifestação de novos hábitos e costumes que reproduzem e se disseminam na sociedade em questão. A cultura de massa da época passa por intensas transformações, seja nos aspectos relacionados à moda e comportamento, seja pela influência musical e dos meios de comunicação, como enfatizamos várias vezes nessa análise.

Com isso, podemos analisar a moda dos anos 70, que é marcada por roupas mais justas e o uso excessivo de tecidos coloridos e brilhantes, como uma forma de libertação pessoal. A minissaia, vinda dos anos 60, vira hit no mundo da moda e passa a ser um artigo indispensável para a juventude dessa época, que quer causar impacto. As calças boca-de-sino, camisa de gola rolê, sapatos plataformas e os tecidos sintéticos ou naturais compõem o figurino básico de grande parte das mulheres e homens.

A maquiagem contava com cores frias (verde, azul, roxo) que ressaltava os olhos, deixando-os bem marcados com o uso de cílios postiços. O corte de cabelo para os homens eram médios encostando na gola da camisa e havia um hábito de deixar barba e bigode. Já no cabelo das mulheres dominava o uso de franjas, corte em camadas, pontas bem arrebitadas e o uso do laquê era indispensável, uma maneira mais rebelde, saindo do cabelo certinho da mulher tradicional.

O ritmo musical, agora, não era mais o Rock and roll, mas estava crescendo a era disco. O termo é derivado da abreviação da palavra discotheque e, no início, era associado a clubes noturnos frequentados por grupos sociais excluídos como homossexuais, negros e latinos, que é o caso de Tony Manero. Somente quando os meios de comunicação (rádio e televisão) começaram a dar visibilidade ao movimento disco é que ele passa a ser disseminado no território norte-americano e em outros países europeus. Esse fenômeno aconteceu ainda nos primeiros anos da década de 70 e foi responsável tanto pela proliferação de casas noturnas específicas para esse gênero, como pela mudança de status de um estilo marginalizado para um estilo frequentado pela alta sociedade americana.

quinta-feira, 18 de junho de 2015

A BOA MENTIRA

O longa a "Boa Mentira", conta uma história real que permeou os anos de 1983 até 2005, anos de terríveis Guerras Civis que assolaram o Sudão. Segundo dados, estima-se que mais de dois milhões de pessoas tenham perdido a vida. Em busca de abrigo, um sem-número de famílias deixou as suas casas e seguiu em direção a campos de refugiados. Devido à situação caótica em que viviam, perto de 27 mil crianças foram separadas dos pais.
 Após desses longos anos de Guerra na África, quatro jovens sudaneses que lutaram unidos e sempre protegendo uns aos outros têm a chance de ir para os EUA e se tornarem cidadãos americanos. Porém, esses jovens não sabem nada além da guerra e do sofrimento. Conhecidos como refugiados do Sudão, agora eles precisam de um emprego e residência fixa para conseguirem um visto permanente na “América”. Mesmo com algumas dificuldades, eles apenas querem permanecerem unidos como irmãos e fazerem o que é correto. 
O filme é exemplo um de superação, força, união e acima de tudo de amor ao próximo. É possível viver em sofrimento e não perder o caráter e humildade de viver. Assistir esse filme é como aprender sobre relações humanas novamente, é valorizar a palavra família, é ajudar ao próximo sem olhar quem. 

A atuação de Reese Witherspoon, no papel de Carrie, uma agente de empregos que fica responsável em arranjar emprego para alguns refugiados, se torna parte chave da união e do desdobramento da história do longa. "A Boa Mentira" é um filme recomendado para todas idades, sexo e raça!



  1. Data de lançamento3 de outubro de 2014 (República da ChinaEUA)
  2. Duração1h 52m
  3. Lançamento em DVD23 de dezembro de 2014 (EUA)

SUPREMA

Olá Pessoal! Não sou aquelas feministas extremas, que vão ás ruas lutarem por tudo que nos é de direito, mas tenho fortes convicções sobre...