terça-feira, 11 de agosto de 2015

UMA BREVE PASSAGEM PELA NOUVELLE VAGUE


Todo mundo já ouviu àquela expressão: “mas a Monica queria ver o filme do Godard...”.

    Conheci Godard de uma maneira simples, mas muito satisfatória. Trabalhava na Videoteca da PUC de São Paulo e meu chefe pediu para que eu catalogasse o filme do cineasta francês, tão aclamado pela sociedade vanguardista.
    Bom, levei o filme para casa e em uma tarde comum comecei a assistir. Logo vi que não era uma historinha simples de se entender e tão pouco objetiva para um telespectador. Fui formulando histórias em minha cabeça do que se passava na minha TV, mas não conseguia unir aos fatos. Por um momento, minha mãe sentou na sala e começou a assistir a obra comigo. Ela, pouco entendida, mas também amantes de filmes como eu, começou a dar palpites e falar o que achava daquele roteiro desorganizado e maluco. Em resumo, o longa acabou e fiquei com a sensação vazia e de não ter absorvido absolutamente nada.
    No outro dia, fui até a sala do meu chefe e perguntei:
- Cadu, não entendi nada do filme, você poderia me explicar?
Foi então que uma resposta inesperada surgiu:
- Godard não se entende, ele não foi feito para isso.

   A partir daquele momento, me interessei em entender mais sobre o que era o movimento “Nouvelle Vague”. Para quem não conhece, na década de 60, jovens autores franceses desconhecidos, desprovidos de algum apoio financeiro, começaram a escrever suas obras sem nenhum apelo comercial. Eles tinham como intuito; mudar o jeito de a sociedade ver o cinema. Criavam obras desconexas, ou que quebravam certas regras culturais para que fossem notados.
   Hoje, atrelo essas obras aos chamados filmes “Cult”. Ou seja, são longas que querem transmitir ao telespectador uma reflexão, entretanto não seguem o padrão “hollywoodiano”. Geralmente, possuem atores desconhecidos, diálogos curtos, cenários simples e com uma abordagem moral provocante. São longas que possuem grande influência sobre fatos atuais ou até mesmo refletem o momento da sociedade de uma forma nua e crua. Podem ser também, filmes biográficos de personalidades que fugiram de rótulos para entrar para história.
  Caso vocês se interessem em assistir um filme desse movimento, que até hoje atrai pessoas para salas alternativas de cinemas ou são levadas às universidades para contribuir com o ensinamento de uma geração, aqui vai alguns filmes que marcaram bastante essa minha trajetória de compreensão desse estilo da sétima arte:
- Os Incompreendidos
- O Acossado
- Jules e Jim, uma mulher para dois
- Hiroshima, meu amor

SUPREMA

Olá Pessoal! Não sou aquelas feministas extremas, que vão ás ruas lutarem por tudo que nos é de direito, mas tenho fortes convicções sobre...